terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Campanha da fraternidade 2015

Considerações Gerais para as Equipes de Liturgia

1.    Campanha da fraternidade 2015

Tema:              “Fraternidade: Igreja e Sociedade”
Lema:              “Eu vim para servir” (cf. Mc 10, 45)
Objetivo:        Recordar a vocação e missão de todo cristão e das comunidades de fé, a partir do diálogo e colaboração entre Igreja e Sociedade, propostos pelo Concílio Vaticano II.
Reflexão:       Dimensão da vida em sociedade com base na convivência coletiva, com leis e normas de condutas, organizada por critérios e, principalmente, com entidades que “cuidam do bem-estar daqueles que convivem”. Segundo Dom Leonardo Ulrich Steiner, da CNBB, rezar a relação entre Igreja e sociedade, “uma oportunidade de retomarmos os ensinamentos do Concílio Vaticano II: ser uma Igreja atuante, participativa, consoladora, misericordiosa, samaritana... todas as pessoas que formam a sociedade são filhos e filhas de Deus. Por isso, os cristãos trabalham para que as estruturas, as normas, a organização da sociedade estejam a serviço de todos”.
Partes:           1ª: “Histórico das relações Igreja e Sociedade no Brasil”, “A sociedade brasileira atual e seus desafios”, “O serviço da Igreja à sociedade brasileira” e “Igreja – Sociedade: convergência e divergências”.
                                   2ª: Aprofundamento da relação Igreja e Sociedade à luz da palavra de Deus, à luz do magistério da Igreja e à luz da doutrina social.
                        3ª: Debate: uma visão social a partir do serviço, diálogo e cooperação entre Igreja e sociedade, e reflexão sobre “Dignidade humana, bem comum e justiça social” e “O serviço da Igreja à sociedade”. Nesta parte, o texto aponta sugestões pastorais para a vivência da Campanha da Fraternidade nas dioceses, paróquias e comunidades.
                        4ª: Resultados da CF 2014, os projetos atendidos por região, prestação de contas do Fundo Nacional de Solidariedade de 2013 (FNS) e as contribuições enviadas pelas dioceses, além de histórico das últimas Campanhas e temas discutidos nos anos anteriores.
 

2.    Como nasceu a quaresma (adaptação do texto de Fernando Armelini)  

Uma festa não pode ser bem sucedida se não for devidamente preparada.
Aproximadamente duzentos anos depois de Cristo, os cristãos, ansiosos por desfrutar em toda a sua plenitude os frutos espirituais da Páscoa, introduziram o costume de precedê-la com três dias, dedicados à oração, à meditação e ao jejum, em sinal de luto pela morte de Cristo. Mas era preciso também encontrar uma maneira de prolongar a alegria e a riqueza espiritual da mesma. Foram instituídas então as “sete semanas”, os 50 dias de Pentecostes, que deviam ser celebrados com grande alegria, porque, como dizia um famoso bispo daqueles tempos, chamado Irineu, “constituem como um único dia de festa que tem a mesma importância do domingo”.
Durante os dias de Pentecostes rezava-se em pé, era proibido jejuar e eram ministrados os batismos. Praticamente era como se o dia de Páscoa durasse 50 dias. Passaram-se mais 150 anos e, por volta dos anos 350 d.C., percebendo que três dias de preparação era pouco demais, esse período foi aumentado para 40... Nascia a Quaresma.
Por que 40 dias?
Encontramos números na Bíblia, aos quais devemos prestar atenção, porque, muitas vezes, os mesmos têm um sentido simbólico. Deste modo, quando está escrito 40 ou um seu múltiplo, não quer dizer que seja mesmo 40, com exatidão... Indica um tempo simbólico, que pode ser mais longo ou mais curto. Por exemplo, é difícil acreditar que Moisés tenha passado exatamente 40 dias e 40 noites na montanha, sem comer pão e sem beber água (Ex 34,38) e que também Jesus tenha conseguido fazer a mesma coisa (Mt 4,2). Da mesma forma surge também a dúvida se eram exatamente 4.000 os homens para os quais foram multiplicados os pães (Mc 8,9).
Entre os muitos significados que os antigos atribuíam ao número 40, um nos interessa de modo especial: o de indicar um período de preparação (mais ou menos prolongado), em vista de um grande acontecimento. Por exemplo: o dilúvio durou 40 dias e 40 noites... e foi a preparação para uma nova humanidade; 40 anos passou Israel no deserto...  para preparar-se a entrar na terra prometida; durante 40 dias fizeram penitência os habitantes de Nínive... antes de receber o perdão de Deus; durante 40 dias e 40 noites caminhou Elias... para chegar à montanha de Deus; durante 40 dias e 40 noites jejuaram Moisés e Jesus... para preparar-se para a sua missão... Assim, para preparar a maior de todas as festas cristãs – a Páscoa - ficou definido 40 dias.
     Desde os tempos antigos, a Quaresma foi considerada como um período de renovação da própria vida. As práticas a serem cumpridas eram sobretudo três: a oração, a luta contra o mal, o jejum. A oração para pedir a Deus forças para converter-se e acreditar no evangelho. A luta contra o mal para dominar as paixões e o egoísmo. O jejum: para seguir o Mestre o cristão deve ter a força de esquecer-se de si mesmo, de não pensar no próprio conforto, mas no bem do seu irmão. Assumir uma permanente atitude generosa e desinteressada é de fato difícil. Este é o jejum.
Mas pode o sofrimento ser uma coisa boa? Como pode agradar a Deus a nossa dor? Não! Deus não quer que o homem sofra. Todavia, para ajudar o necessitado, é preciso muitas vezes renunciar àquilo que agrada e isto custa sacrifício. Não é o jejum em si que é bom (às vezes é feito por motivos que não têm nada a ver com religião: há quem se alimente com parcimônia simplesmente para manter-se em boa forma física, para tornar-se elegante, para estar com boa saúde). O que agrada a Deus é que, com o alimento que se consegue economizar com o jejum, se alivia, pelo menos por um dia, a fome de um irmão. Um livro muito antigo, muito lido pelos primeiros cristãos, o Pastor de Hermas, explica deste modo a ligação entre o jejum e a caridade: “Eis como deverás praticar o jejum: durante o dia de jejum, tu comerás somente pão e água; depois calcularás quanto terias gasto para o teu alimento naquele dia e tu oferecerás este dinheiro a uma viúva, a um órfão ou a um pobre; assim tu te privarás de alguma coisa para que o teu sacrifício seja útil para alguém, para poder alimentar-se. Ele rezará ao Senhor por ti. Se tu jejuares desse modo, o teu sacrifício será agradável a Deus”.
Nos primeiros tempos da Igreja, o Papa Leão Magno dizia numa homilia: “Nós vos prescrevemos o jejum, lembrando-vos não só a abstinência, mas também as obras de misericórdia. Deste modo, o que tiverdes economizado nos gastos normais, se transforme em alimento para os pobres”.

A quaresma e os Catecúmenos
Aproximadamente 350 anos d.C. a Igreja começou a organizar uma preparação dos catecúmenos muito exigente.  Durante dois ou três anos deviam freqüentar fielmente a catequese, depois deviam comprometer-se para levar uma vida honesta para mostrar que seu desejo de se tornar cristão era sincero. Cada comunidade celebrava os batizados somente urna vez durante o ano, na noite da Páscoa. Era a famosa vigília sagrada, da qual falava Tertuliano, transcorrida na oração e na meditação da Palavra de Deus e concluída pela manhã, com a celebração eucarística, da qual participavam pela primeira vez também os recém-batizados. A celebração do batismo constituía a parte central da cerimônia da noite da Páscoa. Assim, a Quaresma assumia uma importância especial para os catecúmenos. Para eles constituía a última etapa antes de receber esse sacramento do Batismo. O período de formação era longo. Durante esses 40 dias eles recebiam a catequese todos os dias. Quem os instruía não era um catequista qualquer, mas o próprio bispo. Durante esse período participavam também de muitas cerimônias e tinham algumas reuniões, nas quais eram submetidos  a “exames”. Verificava-se se tinham assimilado as verdades fundamentais da fé e avaliava-se se a vida deles era coerente com aquilo que professavam. O encontro mais importante tinha lugar na quarta-feira da quarta semana. Era chamado “o grande exame”. Nesse dia — dizia-se — “eram abertos os ouvidos”, porque a eles eram ensinados o “Creio” e o “Pai-nosso”, que constituem a síntese de toda a doutrina cristã.
Se não tivermos presente que a Quaresma devia servir como preparação aos catecúmenos, não conseguiremos entender plenamente o conteúdo das leituras deste período litúrgico. Os textos bíblicos de fato foram escolhidos, sobretudo, para aqueles que se preparam para o batismo (falam da água, da luz, da fé, da cegueira, da unção com o óleo, da renúncia ao pecado, da vitória de Cristo sobre a morte...). Os catecúmenos são como filhos que estão para nascer. A mãe (que é a Igreja, isto é, a comunidade) lhes dedica toda a sua atenção. “Prepara” o alimento da palavra de Deus especialmente para eles, para o seu paladar, para as suas necessidades. E evidente que, por se tratar de um alimento muito bom e saboroso, também os outros filhos são convidados a degustá-lo para se tornarem espiritualmente fortes. A eles é proporcionada a oportunidade para meditar sobre as verdades fundamentais da própria fé e sobre os compromissos (às vezes um pouco esquecidos) assumidos no dia do próprio batismo.

A Quaresma, tempo de reconciliação
Quando os cristãos cometiam pecados muito graves e públicos, nos primeiros séculos da Igreja, eram excomungados, isto é, eram excluídos da comunidade. Se mais tarde essas pessoas se arrependessem e quisessem reconciliar-se com Deus e com a Igreja, não eram imediatamente readmitidos na comunidade. Era preciso que antes fizessem uma penitência pública, porque também o pecado deles era conhecido por todos. Esta penitência não era de um só dia, durava bastante tempo.
Quando foi instituída a Quaresma, servia também como tempo de preparação para a reconciliação. Na Quinta-feira Santa, durante a missa presidida pelo bispo, os excomungados, vestindo a roupa penitencial (vestidos de saco) e com a cabeça coberta de cinzas, se apresentavam diante da comunidade e declaravam o seu arrependimento e a vontade de converter-se. O bispo ia ao encontro deles e os abraçava, um a um. Esse costume da penitência pública foi aos poucos desaparecendo (até porque não eram menos pecadores os que conseguiam manter em segredo os próprios pecados...); permaneceu, porém, o significado da Quaresma como tempo durante o qual todos os cristãos são convocados a se aproximarem do sacramento da reconciliação.

3.    CNBB: 2015 – Ano dedicado à Paz
Aprovação: ASSEMBLEIA GERAL ocorrida entre 30/04 A 09/05/2014.
Vigência: Início no 1º. Dom. do Advento de 2014 até Natal de 2015.
Inspiração: Várias atitudes do Papa Francisco em superar as barreiras que dividem os povos e construir laços de fraternidade. Entre tais atitudes: Vigília pela Paz na praça S Pedro em 07/09/2013; mais recentemente, oração conjunta com o presidente de Israel em 08/06 e oração na Mesquita de Istambul na viagem à Turquia, entre 28 e 30/11/2014. E vários apelos a autoridades para atitudes concretas contra grupos radicais que promovem a perseguição religiosa.
Objetivos:      Ajudar na superação da violência e despertar para uma convivência mais fraterna entre as pessoas. Para alcançar objetivos “as comunidades devem ser criativas e propor as iniciativas conforme a realidade de cada uma” (Dom Leonardo Steiner) É necessário oração, reflexão, acolhida, irmandade, participação de todos em momentos formativos, pela falta de amor nas relações
Tema: Solidariedade e paz.
            Segundo D Leonardo U. Steiner – secretário geral da CNBB e bispo auxiliar de Brasília – há uma violência generalizada, mesmo nas relações mais próximas, onde existe dificuldade de manterem-se vivas, em decorrência da violência na forma de morte das pessoas, falta de ética na gestão pública, impunidade, desprezo aos valores de família e até o desprezo pela vida simples. É preciso refletir sobre o porquê da violência e sobre a necessidade de uma convivência fraterna e frutuosa. D. Leonardo manifestou o desejo geral de “ter um dia para manifestar nas ruas de nossas cidades que acreditamos na paz, na fraternidade”.
            Para o vice presidente da CNBB, Dom José Belisário da Silva – arcebispo de S. Luis (MA) “está na hora da sociedade brasileira dar passos no sentido de buscar uma harmonia maior no relacionamento humano...” Para ele, a violência é uma questão complexa que envolve herança histórica, injustiça estrutural, tráfico de drogas e exclusão.
            Enfim, segundo Dom Canísio Hlaus – Bispo de Santa Cruz do Sul (RS) a violência se manifesta também nas “famílias onde casais não dialogam entre si, onde pais abandonam ou maltratam os filhos, onde filhos abandonam os pais idosos e doentes...”, “no trânsito com a falta de respeito às leis, falta de cuidado na direção e desrespeito aos outros motoristas”... “sobretudo no pouco valor dado à vida humana, onde pequenas desavenças facilmente levam a atitudes radicais, como brigas e assassinatos.”

“Digamos não à violência e sim à paz!”
           

4.    SOLENIDADES, FESTAS, MEMÓRIAS E COMEMORAÇÕES
(adaptação do texto de Miriam Bechepeche / e consulta ao IGMR)
Nos dias litúrgicos, em primeiro lugar está o domingo, depois vêm as solenidades, seguida das festas, das memórias obrigatórias, memórias facultativas, comemorações e férias. O Domingo tem a precedência sobre todos por ser o Dia do Senhor.

a)    Solenidades = a Igreja soleniza determinadas datas ou acontecimentos porque têm uma estreitíssima ligação com o Mistério Pascal de Jesus Cristo.
Algumas solenidades são enriquecidas com uma Missa própria para a Vigília, que deve ser usada na véspera quando houver Missa vespertina. A Vigília Pascal é considerada “a mãe de todas as Vigílias”.
A celebração das duas maiores solenidades – Páscoa e Natal – prolonga-se por oito dias, daí porque se diz oitava. Ambas as oitavas têm leis próprias.
Elas têm os mesmos elementos básicos de um domingo: 3 leituras, a oração dos fieis, o Credo e o Glória (que é recitado excepcionalmente quando a solenidade ocorre durante o Advento ou a Quaresma. Ex: Solenidade de Nossa Senhora da Conceição – dia 8 de dezembro).
Exs. de solenidades: Santa Maria, Mãe de Deus; Domingo de Páscoa; Pentecostes; Santíssima Trindade; Smo. Sacramento do Corpo de Sangue do Senhor; Sagrado Coração de Jesus; Jesus Cristo Rei; algumas celebrações que honram santos (exs.: Pedro e Paulo, Natividade de São João Batista...)
Obs.: Algumas solenidades são também festas de preceito, mas estas variam de país para país.
b)    Festas= acontecimentos importantes para a Igreja, que merecem um destaque especial: honra um mistério ou título do Senhor, de N. Senhora, de santos de particular importância.
As festas celebram-se nos limites do dia natural. Não têm Primeiras Vésperas, a não ser que se trate de festas do Senhor que ocorrem nos domingos do Tempo Comum e do Tempo do Natal, cujo Ofício substitui.
Normalmente são duas leituras e o Glória, com exceção das que podem ocorrer no domingo, quando são 3 leituras, o Glória, o Creio. Exs.: Transfiguração e a Exaltação da Santa Cruz.
A festa pode tornar-se "solenidade" quando o santo festejado for padroeiro principal de um lugar ou cidade, titular de uma catedral, como também quando for titular, fundador ou padroeiro principal de uma Ordem ou Congregação. Ex para os agostinianos: Sto Agostinho.
c)    Memórias =
As memórias obrigatórias recordam santos ou santas que marcaram a vida da Igreja.
As memórias facultativas recordam santos e santas que tiveram uma importância para uma determinada região ou mesmo para uma congregação.
São celebrações que ocorrem no dia de semana.
As leituras são as do dia de semana ocorrente.
Se, no mesmo dia, ocorrem no calendário várias memórias facultativas, celebra-se apenas uma.
A única diferença entre elas é que as memórias obrigatórias devem necessariamente ser celebradas e as memórias facultativas podem ser celebradas ou omitidas, segundo se considere oportuno.
Atenção: as memórias obrigatórias que ocorrerem nos dias de semana da Quaresma são celebradas como memórias facultativas. E, nos sábados do Tempo Comum, não ocorrendo memória obrigatória, pode-se celebrar a memória facultativa da Virgem Maria.
d)    Férias: São aqueles dias da semana que não têm nenhuma indicação especial das comemorações acima mencionadas.
Atenção: A Quarta-feira de Cinzas e os dias de semana da Semana Santa têm preferência às memórias obrigatórias.
e)    Comemorações:
As memórias obrigatórias, que ocorrem nos dias de semana da Quaresma e nos dias 17 a 24 de dezembro, podem ser celebradas como memórias facultativas. Neste caso, são chamadas simplesmente de comemoração.
A celebração de todos os fiéis defuntos, por não ter caráter de solenidade, festa ou memória propriamente ditas, é chamada pela Igreja de Comemoração. Trata-se de uma Comemoração muito especial, celebrada mesmo quando ocorre num domingo. 

Pela Equipe do Celebrando:
Marly Moulin Seibert





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