domingo, 7 de outubro de 2012

Orientações para as equipes de Liturgia



Com base no último encontro com Responsáveis por Folhetos Litúrgicos, acontecido em Julho/2012 em Campos do Jordão – SP, no qual nossa Diocese se fez representar por dois membros do Celebrando – Sueli e Lenir, encontro sempre patrocinado pela CNBB, e com a presença do Pe. Hernaldo Pinto Farias, sss, Assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia, repassamos a vocês alguns apontamentos, em relação aos Ritos Iniciais, enfatizando o Ato Penitencial.

Em primeiro lugar, deixamos claro que cada Diocese tem sua estrutura e planejamentos próprios. Em termos de Celebração da Palavra, a estrutura padronizada pela Diocese de Cachoeiro todos já conhecem, pelo Celebrando.  Entretanto, de forma criativa podemos tentar, sem fugir à essência, diferenciar da Missa, e evitar comentários tipo “são mini-Missa”. Não o são de forma alguma! Para isso certa ocasião D. Célio fez um pedido para os Ministros da Palavra não usarem o Missal Romano. Porém isso não impede que dele tiremos algumas idéias para os Ritos comuns às Missas e Celebrações da Palavra.

O IGMR – 46 – nos diz: “A finalidade dos ritos é fazer com que os fiéis, reunindo-se em assembleia, constituam uma comunhão e se disponham para ouvir atentamente a palavra de Deus e celebrar dignamente a Eucaristia.”

E graças a Deus em nossas celebrações recebemos a Eucaristia, e buscamos formar comunhão, fortalecendo nossa fé, e nossos laços! Somos mais de 1000 comunidades que celebram a Palavra, aos domingos, com o Rito de Comunhão.
Os Ritos são partes fixas que não devem ser mexidos, deixados de lado... Todos têm o seu sentido teológico. Algo que pode nos diferenciar é a Recordação da Vida, que pode em ocasiões específicas – como algum fato importante para a Comunidade nesse dia -  ser inserida após a saudação presidencial, nos Ritos Iniciais.

Lembrete importante: a primeira fala do Ministro da Palavra, dirigindo-se à assembleia reunida, é a Saudação Inicial, própria do Presidente. Primeiro se cumprimenta o dono da casa – a Trindade – e depois, sim, os celebrantes – pessoas reunidas com o fim único de celebrar nosso Deus, que se encontra presente em nosso meio!

I - Sobre o Ato Penitencial
           
“O Kyrie é uma aclamação de súplica a Cristo e proclamação da sua misericórdia.
Celebramos através dele a misericórdia de Deus. Daí não ser momento de pedido(s) de perdão, mas de reconhecimento da nossa fragilidade e da grandeza de Deus, preparando-nos para participar das mesas da Palavra e da Eucaristia.”
“O Ato penitencial da Eucaristia proclama ações de Deus em favor do seu povo e não ações individuais ou coletivas de erros/faltas/pecados da comunidade.
É concluído com a absolvição do presbítero, «absolvição que, contudo, não possui a eficácia do sacramento da penitência» (IGMR 51).
“Quem preside: “Deus... tenha compaixão de nós...”.
“Uso da aspersão aos domingos – recorda o Batismo, não o acento simples da purificação (cf. IGMR 51).”
“Cantos substitutivos: «pelos pecados, erros passados...» ou outros ferem a índole do rito.” (grifo nosso).

FÓRMULAS
OBS.: Podem ser adaptadas, preferencialmente, pelo Ministro da Palavra, e não seguidas na íntegra.

Primeira fórmula:
“Irmãos e irmãs, reconheçamos as nossas culpas para celebrarmos dignamente os santos mistérios.”
Ou:O Senhor Jesus, que nos convida à mesa da Palavra e da Eucaristia, nos chama à conversão. Reconheçamos ser pecadores e invoquemos com confiança a misericórdia do Pai.”
Ou, especialmente aos domingos: “No dia em que celebramos a vitória de Cristo sobre o pecado e a morte, também nós somos convidados a morrer ao pecado e ressurgir para uma vida nova. Reconheçamo-nos necessitados da misericórdia do Pai.”
“Breve pausa para a reflexão pessoal”. A seguir, usa-se a seguinte fórmula, que se conclui com a absolvição: Confessemos os nossos pecados:
Confesso a Deus todo-poderoso e a vós, irmãos e irmãs, que pequei muitas vezes, por pensamentos e palavras, atos e omissões, por minha culpa, minha tão grande culpa. E peço à Virgem Maria, aos anjos e santos e a vós, irmãos e irmãs, que rogueis por mim a Deus, nosso Senhor.”
“Segue-se a absolvição sacerdotal: Deus todo-poderoso tenha compaixão de nós, perdoe os nosso pecados e nos conduza à vida eterna. Amém.”

Atenção – Importante: tais invocações, em todas as fórmulas, vêm após a absolvição: “Seguem-se as invocações, caso já não tenham ocorrido no ato penitencial: Senhor, tende piedade de nós; Cristo, tende piedade de nós; Senhor, tende piedade de nós.

Segunda fórmula:
“No início desta celebração eucarística, peçamos a conversão do coração, fonte de reconciliação e comunhão com Deus e com os irmãos e irmãs.”
Ou:
“De coração contrito e humilde, aproximemo-nos do Deus justo e santo, para que tenha piedade de nós, pecadores.”
“Breve pausa para a reflexão pessoal. A seguir, usa-se a seguinte fórmula:
Pres.: Tende compaixão de nós, Senhor.
Ass.: Porque somos pecadores.
Pres.: Manifestai, Senhor, a vossa misericórdia.
Ass.: E dai-nos a vossa salvação.
Segue-se a absolvição sacerdotal:
Deus todo-poderoso tenha compaixão de nós, perdoe os nosso pecados e nos conduza à vida eterna. Amém.
Seguem-se as invocações Senhor, tende piedade de nós, caso já não tenham ocorrido no ato penitencial:
Senhor, tende piedade de nós.
Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.

Terceira fórmula:
“Em Jesus Cristo, o justo, que intercede por nós e nos reconcilia com o Pai, abramos o nosso espírito ao arrependimento para sermos menos indignos de aproximar-nos da mesa do Senhor.”
Ou: “O Senhor disse: “Quem dentre vós estiver sem pecado, atire a primeira pedra”. Reconheçamo-nos todos pecadores e perdoemo-nos mutuamente do fundo do coração.
Após um momento de silêncio, o sacerdote ou outro ministro propõe as seguintes invocações ou outras semelhantes com Kyrie Eleison (Senhor, tende piedade de nós):
Senhor, que viestes salvar os corações arrependidos, tende piedade de nós.
O povo responde: Senhor, tende piedade de nós.
Cristo, que viestes chamar os pecadores, tende piedade de nós.
O povo: Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, que intercedeis por nós junto do Pai, tende piedade de nós.
O povo responde: Senhor, tende piedade de nós.
Segue-se a absolvição sacerdotal: Deus todo-poderoso tenha compaixão de nós, perdoe os nosso pecados e nos conduza à vida eterna. Amém.
Seguem-se as invocações Senhor, tende piedade de nós, caso já não tenham ocorrido no ato penitencial: Senhor, tende piedade de nós; Cristo, tende piedade de nós; Senhor, tende piedade de nós.

INVOCAÇÕES ALTERNATIVAS PARA OS DIVERSOS TEMPOS
(nestas alternativas, mais simples, a absolvição vem após).

Tempo Comum:
 “Senhor, que sois o caminho que leva ao Pai, tende piedade de nós.
R. Senhor, tende piedade de nós.
Cristo, que sois a verdade que ilumina os povos, tende piedade de nós.
R. Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, que sois a vida que renova o mundo, tende piedade de nós.
R. Senhor, tende piedade de nós.

Advento:
“Senhor, que viestes ao mundo para nos salvar, tende piedade de nós.
R. Senhor, tende piedade de nós.
Cristo, que continuamente nos visitais com a graça do vosso Espírito, tende piedade de nós.
R. Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, que vireis um dia para julgar as nossas obras, tende piedade de nós.
R. Senhor, tende piedade de nós.

Natal:
 “Senhor, Filho de Deus, que, nascendo da Virgem Maria, vos fizestes nosso irmão, tende piedade de nós.
R. Senhor, tende piedade de nós.
Cristo, Filho do homem, que conheceis e compreendeis nossa fraqueza, tende piedade de nós.
R. Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, Filho primogênito do Pai, tende piedade de nós.
R. Senhor, tende piedade de nós.”

Quaresma:
 “Senhor, que nos mandastes perdoar-nos mutuamente antes de nos aproximar do vosso altar, tende piedade de nós.
R. Senhor, tende piedade de nós.
Cristo, que na cruz destes o perdão aos pecadores, tende piedade de nós.
R. Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, que confiastes à vossa Igreja o ministério da reconciliação, tende piedade de nós.
R. Senhor, tende piedade de nós.

Tempo pascal:
“Senhor, nossa paz, tende piedade de nós.
R. Senhor, tende piedade de nós.
Cristo, nossa Páscoa, tende piedade de nós.
R. Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, nossa vida, tende piedade de nós.
R. Senhor, tende piedade de nós.”

II – Comentários diversos, numa resposta recebida do Pe. Hernaldo, dias depois do referido Encontro (Obs: grifos nossos, pois já temos, por diversas vezes, falado ou em Encontros Diocesanos ou via Celebrando)

“1.   Em nossos Encontros, graças à parceria firmada, temos conseguido chegar a consensos que nos permitem prestar um bom serviço à liturgia de nossas comunidades, sempre na busca de crescimento. Já possuímos alguns pontos de consensos, recordados em Campos do Jordão:
a.      Os comentários, de preferência somente no início da celebração, sejam concisos, trazendo elementos da teologia do Mistério celebrado, com pequenas referências à Palavra do dia (cf. IGMR 105b e 124; Introdução ao Lecionário 57).
b.      As preces sejam compostas com base na Palavra do dia, e sejam cuidadosamente preparadas de forma orante, fugindo do esquema de simples anúncio da intenção: por, para, pelo... (cf. IGMR 69-71). Um bom exemplo de formulários encontramos na Liturgia das Horas.
c.      Para a música ritual, damos preferência ao repertório que possuímos no Hinário Litúrgico da CNBB, que foi elaborado com critérios litúrgicos.
d.     No que se refere às partes fixas da Missa, inserir os textos conforme o Missal Romano, para não favorecer uso de textos com conteúdos duvidosos, ferindo a teologia e a índole da liturgia.
e.      Quando o Lecionário indicar uma leitura breve, dar prioridade à longa, sobretudo o Evangelho.
f.       Todo texto litúrgico possui uma teologia, ou seja, uma ação de Deus na ação ritual. Daí a necessidade de não favorecermos a substituição desses textos. Isso também se refere ao ato penitencial. O Missal nos dá uma vasta riqueza de possibilidades dentro das três fórmulas.
g.      Seguir os critérios já estabelecidos pela Igreja quanto à escolha da Oração Eucarística para cada celebração (cf. IGMR 364-365).
h.     A quarta página dos Folhetos pode conter sempre reflexões sobre fatos da Igreja, dando uma certa unidade à ação pastoral no Brasil.” (sobre este item, poderíamos estar repassando uns tópicos relativos a eventos diocesanos, ou mesmo a nível de CNBB, dentro das próprias celebrações que antecederem os fatos).

Coordenação do Celebrando

Nenhum comentário:

Postar um comentário