Com
base no último encontro com Responsáveis por Folhetos Litúrgicos, acontecido em
Julho/2012 em Campos do Jordão – SP, no qual nossa Diocese se fez representar
por dois membros do Celebrando – Sueli e Lenir, encontro sempre patrocinado
pela CNBB, e com a presença do Pe. Hernaldo Pinto Farias, sss, Assessor da
Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia, repassamos a vocês alguns apontamentos,
em relação aos Ritos Iniciais,
enfatizando o Ato Penitencial.
Em primeiro
lugar, deixamos claro que cada Diocese tem sua estrutura e planejamentos
próprios. Em termos de Celebração da Palavra, a estrutura padronizada pela
Diocese de Cachoeiro todos já conhecem, pelo Celebrando. Entretanto, de forma criativa podemos tentar,
sem fugir à essência, diferenciar da Missa, e evitar comentários tipo “são
mini-Missa”. Não o são de forma alguma! Para isso certa ocasião D. Célio fez um
pedido para os Ministros da Palavra não usarem o Missal Romano. Porém isso não
impede que dele tiremos algumas idéias para os Ritos comuns às Missas e
Celebrações da Palavra.
O IGMR – 46 – nos diz: “A finalidade dos ritos é fazer com
que os fiéis, reunindo-se em assembleia, constituam uma comunhão
e se disponham para ouvir atentamente a palavra de Deus e celebrar
dignamente a Eucaristia.”
E graças a Deus em nossas celebrações
recebemos a Eucaristia, e buscamos formar comunhão, fortalecendo nossa fé, e
nossos laços! Somos mais de 1000 comunidades que celebram a Palavra, aos
domingos, com o Rito de Comunhão.
Os Ritos são partes fixas que não
devem ser mexidos, deixados de lado... Todos têm o seu sentido teológico. Algo
que pode nos diferenciar é a Recordação da Vida, que pode em ocasiões
específicas – como algum fato importante para a Comunidade nesse dia - ser inserida após a saudação presidencial,
nos Ritos Iniciais.
Lembrete
importante: a
primeira fala do Ministro da Palavra, dirigindo-se à assembleia reunida, é a Saudação Inicial, própria do
Presidente. Primeiro se cumprimenta o dono da casa – a Trindade – e depois, sim, os celebrantes – pessoas reunidas com o
fim único de celebrar nosso Deus, que se encontra presente em nosso meio!
I - Sobre o Ato
Penitencial
“O Kyrie é
uma aclamação de súplica a Cristo e proclamação da sua misericórdia.
Celebramos
através dele a misericórdia de Deus. Daí não ser momento de pedido(s) de
perdão, mas de reconhecimento da nossa fragilidade e da grandeza de Deus,
preparando-nos para participar das mesas da Palavra e da Eucaristia.”
“O
Ato penitencial da Eucaristia proclama ações de Deus em favor do seu povo e não
ações individuais ou coletivas de erros/faltas/pecados da comunidade.
É
concluído com a absolvição do presbítero, «absolvição que, contudo, não
possui a eficácia do sacramento da penitência» (IGMR 51).”
“Quem
preside: “Deus... tenha compaixão de nós...”.
“Uso
da aspersão aos domingos – recorda o Batismo, não o acento simples da
purificação (cf. IGMR 51).”
“Cantos
substitutivos: «pelos pecados, erros passados...» ou outros ferem
a índole do rito.” (grifo nosso).
FÓRMULAS
OBS.: Podem ser
adaptadas, preferencialmente, pelo Ministro da Palavra, e não seguidas na
íntegra.
Primeira
fórmula:
“Irmãos
e irmãs, reconheçamos as nossas culpas para celebrarmos dignamente os santos
mistérios.”
Ou: “O Senhor Jesus, que nos convida à mesa da Palavra e da
Eucaristia, nos chama à conversão. Reconheçamos ser pecadores e invoquemos com
confiança a misericórdia do Pai.”
Ou, especialmente aos domingos: “No dia em que celebramos a vitória de
Cristo sobre o pecado e a morte, também nós somos convidados a morrer ao pecado
e ressurgir para uma vida nova. Reconheçamo-nos necessitados da misericórdia do
Pai.”
“Breve pausa para a reflexão pessoal”. A seguir, usa-se a
seguinte fórmula, que se conclui com a absolvição: Confessemos os nossos pecados:
Confesso
a Deus todo-poderoso e a vós, irmãos e irmãs, que pequei muitas vezes, por
pensamentos e palavras, atos e omissões, por minha culpa, minha tão grande culpa.
E peço à Virgem Maria, aos anjos e santos e a vós, irmãos e irmãs, que rogueis
por mim a Deus, nosso Senhor.”
“Segue-se a absolvição sacerdotal: Deus todo-poderoso tenha compaixão de
nós, perdoe os nosso pecados e nos conduza à vida eterna. Amém.”
Atenção
– Importante: tais invocações, em todas as fórmulas, vêm após a absolvição: “Seguem-se as invocações, caso já não
tenham ocorrido no ato penitencial: Senhor, tende piedade de nós; Cristo, tende
piedade de nós; Senhor, tende piedade de nós.”
Segunda
fórmula:
“No
início desta celebração eucarística, peçamos a conversão do coração, fonte de
reconciliação e comunhão com Deus e com os irmãos e irmãs.”
Ou:
“De
coração contrito e humilde, aproximemo-nos do Deus justo e santo, para que
tenha piedade de nós, pecadores.”
“Breve pausa para a reflexão pessoal. A seguir, usa-se a
seguinte fórmula:
Pres.:
Tende compaixão de nós, Senhor.
Ass.:
Porque somos pecadores.
Pres.:
Manifestai, Senhor, a vossa misericórdia.
Ass.:
E dai-nos a vossa salvação.
Segue-se a absolvição sacerdotal:
Deus
todo-poderoso tenha compaixão de nós, perdoe os nosso pecados e nos conduza à
vida eterna. Amém.
Seguem-se as invocações Senhor, tende piedade de nós, caso
já não tenham ocorrido no ato penitencial:
Senhor, tende piedade de nós.
Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.”
Terceira
fórmula:
“Em
Jesus Cristo, o justo, que intercede por nós e nos reconcilia com o Pai,
abramos o nosso espírito ao arrependimento para sermos menos indignos de
aproximar-nos da mesa do Senhor.”
Ou: “O Senhor disse: “Quem dentre vós estiver sem pecado,
atire a primeira pedra”. Reconheçamo-nos todos pecadores e perdoemo-nos
mutuamente do fundo do coração.
Após um momento de silêncio, o sacerdote ou outro
ministro propõe as seguintes invocações ou outras semelhantes com Kyrie Eleison (Senhor, tende piedade
de nós):
Senhor,
que viestes salvar os corações arrependidos, tende piedade de nós.
O
povo responde: Senhor, tende piedade de nós.
Cristo,
que viestes chamar os pecadores, tende piedade de nós.
O
povo: Cristo, tende piedade de nós.
Senhor,
que intercedeis por nós junto do Pai, tende piedade de nós.
O
povo responde: Senhor, tende piedade de nós.
Segue-se a absolvição sacerdotal: Deus todo-poderoso tenha compaixão
de nós, perdoe os nosso pecados e nos conduza à vida eterna. Amém.
Seguem-se as invocações Senhor, tende piedade de nós, caso
já não tenham ocorrido no ato penitencial: Senhor, tende piedade de nós;
Cristo, tende piedade de nós; Senhor, tende piedade de nós.”
INVOCAÇÕES ALTERNATIVAS PARA OS
DIVERSOS TEMPOS
(nestas
alternativas, mais simples, a absolvição vem após).
Tempo
Comum:
“Senhor,
que sois o caminho que leva ao Pai, tende
piedade de nós.
R. Senhor,
tende piedade de nós.
Cristo,
que sois a verdade que ilumina os povos, tende
piedade de nós.
R. Cristo,
tende piedade de nós.
Senhor,
que sois a vida que renova o mundo, tende
piedade de nós.
R. Senhor,
tende piedade de nós.”
Advento:
“Senhor,
que viestes ao mundo para nos salvar, tende
piedade de nós.
R. Senhor,
tende piedade de nós.
Cristo,
que continuamente nos visitais com a graça do vosso Espírito, tende piedade de nós.
R. Cristo,
tende piedade de nós.
Senhor,
que vireis um dia para julgar as nossas obras, tende piedade de nós.
R. Senhor,
tende piedade de nós.”
Natal:
“Senhor,
Filho de Deus, que, nascendo da Virgem Maria, vos fizestes nosso irmão, tende piedade de nós.
R. Senhor,
tende piedade de nós.
Cristo,
Filho do homem, que conheceis e compreendeis nossa fraqueza, tende piedade de nós.
R. Cristo,
tende piedade de nós.
Senhor,
Filho primogênito do Pai, tende
piedade de nós.
R. Senhor,
tende piedade de nós.”
Quaresma:
“Senhor,
que nos mandastes perdoar-nos mutuamente antes de nos aproximar do vosso altar, tende piedade de nós.
R. Senhor,
tende piedade de nós.
Cristo,
que na cruz destes o perdão aos pecadores, tende
piedade de nós.
R. Cristo,
tende piedade de nós.
Senhor,
que confiastes à vossa Igreja o ministério da reconciliação, tende piedade de nós.
R. Senhor,
tende piedade de nós.”
Tempo
pascal:
“Senhor,
nossa paz, tende piedade de
nós.
R. Senhor,
tende piedade de nós.
Cristo,
nossa Páscoa, tende piedade de
nós.
R. Cristo,
tende piedade de nós.
Senhor,
nossa vida, tende piedade de
nós.
R. Senhor,
tende piedade de nós.”
II – Comentários diversos,
numa resposta recebida do Pe. Hernaldo, dias depois do referido Encontro (Obs:
grifos nossos, pois já temos, por diversas vezes, falado ou em Encontros
Diocesanos ou via Celebrando)
“1. Em nossos Encontros, graças à
parceria firmada, temos conseguido chegar a consensos que nos permitem prestar
um bom serviço à liturgia de nossas comunidades, sempre na busca de
crescimento. Já possuímos alguns pontos de consensos, recordados em Campos do
Jordão:
a. Os comentários, de preferência somente no
início da celebração, sejam concisos, trazendo elementos da teologia do
Mistério celebrado, com pequenas referências à Palavra do dia (cf. IGMR
105b e 124; Introdução ao Lecionário 57).
b. As preces sejam compostas com base na
Palavra do dia, e sejam cuidadosamente preparadas de forma orante, fugindo do
esquema de simples anúncio da intenção: por, para, pelo... (cf. IGMR
69-71). Um bom exemplo de formulários encontramos na Liturgia das Horas.
c. Para a música
ritual, damos preferência ao repertório que possuímos no Hinário Litúrgico da
CNBB, que foi elaborado com critérios litúrgicos.
d. No que se refere às
partes fixas da Missa, inserir os textos conforme o Missal Romano, para não
favorecer uso de textos com conteúdos duvidosos, ferindo a teologia e a índole
da liturgia.
e. Quando o
Lecionário indicar uma leitura breve, dar prioridade à longa, sobretudo o
Evangelho.
f. Todo texto
litúrgico possui uma teologia, ou seja, uma ação de Deus na ação ritual. Daí a
necessidade de não favorecermos a substituição desses textos. Isso também se
refere ao ato penitencial. O Missal nos dá uma vasta riqueza de possibilidades
dentro das três fórmulas.
g. Seguir os
critérios já estabelecidos pela Igreja quanto à escolha da Oração Eucarística
para cada celebração (cf. IGMR 364-365).
h. A quarta página dos
Folhetos pode conter sempre reflexões sobre fatos da Igreja, dando uma certa
unidade à ação pastoral no Brasil.” (sobre este item, poderíamos estar
repassando uns tópicos relativos a eventos diocesanos, ou mesmo a nível de
CNBB, dentro das próprias celebrações que antecederem os fatos).
Coordenação do Celebrando
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